terça-feira, 28 de abril de 2020

Porque Tite foi o tecnico que mais chegou perto de ganhar a Copa novamente

Boa noite, meus queridos! Como vocês estão?

Aproveitando que os principais eventos esportivos do mundo estão parados, a quarentena está sendo útil para reativarmos conversa antiga e assuntos ainda não totalmente esclarecidos. Não é segredo para ninguém que a Amarelinha tem estado abaixo em Copas desde 2002, os mais criteriosos diriam até que chegou a “amarelar”(Fred Riggo¹ que me perdoe).

O enfoque principal dessa analise é compara o futebol que aquele time produziu durante a Copa do Mundo e o nível das demais seleções competidoras, fica claro então que ter hipóteses de ganhar e ter a melhor equipe no papel são coisas diferentes.

Então vamos analisar Copa por Copa.

Seleção de 2006(Sede: Alemanha)
Indiscutivelmente(?) a melhor Seleção de jogadores dessa analise e talvez a maior coleção de estrelas que já serviu o Brasil em uma Copa. Seleção que desde o primeiro dia de preparação demostrava o final trágico que estava chegando. Com treinos abertos para 10mil pessoas e repórteres tendo acesso até ao exame de urina do ropeiro. No meio de toda essa bagunça, os jogadores se perderam e o produzido dentro de campo ficou bem a desejar. Com todo a grife que a escalação titular carregava, era impossível realizar grandes mudanças no futebol jogado a curto prazo.
Qualquer time do mundo ia perder com a preparação pífia que foi feita, prova disso é que a melhor Seleção que eu vi, no papel, perdeu.

Seleção de 2010(Sede: Africa do Sul)
Vale a pena ressaltar que em 2009 um tal de Guardiola assumiu o Barcelona com umas ideias diferentes. Ideias que naquela Copa ainda estavam sendo assimiladas. A Espanha, no caso, ficou um passo a frente, mas a falta de um poder de decisão montou um futebol burocrático o suficiente para ganhar a Copa mais fraca dos últimos tempos. Com uma Alemanha em reformulação, Argentina comandada pelo Maradona e uma Holanda que batia até na vó, um psicologo esportivo teria dado a Copa de 2010 para o Brasil. “Poxa, Caetano! O Brasil também batia muito.” Sim, batia e foi eliminada por isso, mas ainda assim conseguia resultados tranquilos, coisa que a Holanda não teve nem contra a poderosa Eslováquia.
Seleção do Dunga cumpriu exatamente o que propôs, vitorias tranquilas com 11 jogadores, mas acompanhada pela certeza de que alguém seria expulso a qualquer hora.

Seleção de 2014(Sede: Brasil)
Essa aqui dá um desgosto de falar. No papel, foi a que chegou mais perto, a única que passou das quartas. Quando olhamos a convocação e a campanha da Seleção, fica difícil defender. Principal fator ao nosso favor era pela Copa ser no Brasil e ainda assim, como alguém achou que a gente ia ser campeão? Quero dizer, como eu achei que o Brasil ia ser campeão? Dentro de campo era todo mundo fechando a casinha e depois bola no Neymar, tipo o Santos em 2011. Mas até que tava dando certo, Neymar debutante tava deitando na fase de grupos, mas quando chegou no mata-mata, a fragilidade da equipe e a lesão do Neymar tornou impossível. Alemanha já vinha subindo o patamar dos acontecimentos de 2009 e aquele dia no Mineirão deixou isso bem claro. Vale ressaltar que em 2014 todo mundo já entendia que jogo estava muito mais intenso e melhor posicionado, menos a CBF e o Felipão.
7x1, sem mais.

Seleção de 2018(Sede: Rússia)
A Copa mais recente e consequentemente a que ainda carregamos com mais memoria. A Seleção de Tite não caiu nos erros fatais das Seleções anteriores. Foi bem preparada, não tinha ninguém que podia ser expulso a qualquer hora e apresentava um futebol competitivo. Competitivo sim, até as quartas, o Brasil era o time que mais obrigava o goleiro adversário a fazer defesas enquanto era o que menos sofria finalizações no gol. Revendo os melhores momentos, Alisson só fez duas defesas na primeira fase toda. A demais seleções também não estavam no melhor momento, das que chegaram nas quartas só a Bélgica e a França tinham condições de bater de frente com o Brasil. “Então por que não ganhou, Caetano?”. Não ganhou porque o futebol é muito mais complexo que isso, né!? Tite foi receoso em corrigir algumas falhas com medo de perder a confiança do grupo. Falhas essas que já foram dissecadas e debatidas o suficiente. Na minha opinião, falhas simples, fáceis de serem resolvidas.

É por esses(e outros) motivos que me levam a acreditar que o Tite foi o técnico que mais chegou perto de ganhar uma Copa do Mundo desde 2002. Mas também não quer dizer que ele deva ser o técnico da seleção em 2022, mas isso aí é outros papos.

---------------------------------------------------------------------------

1- Brother meu, rei das piadas ruins