domingo, 12 de maio de 2024

O Flamengo que queremos


Sábado de sol, calor, maraca lotado. A fase não é boa, mas o clima era perfeito para uma retomada e o Flamengo não decepcionou.

Se jogar na ponta é mais fácil para quem é inexperiente, enquanto jogar no meio é melhor para quem tem mais vigor físico, o Tite fez o oposto. Colocou Gérson na ponta, que não é nenhuma novidade e deu o centro do campo para o Lorran.

Nas ultimas semana estávamos com problemas para entrar no ultimo terço e pisar na área, a sobrecarga do lado direito resolveu essa complicação com e até sem bola criamos . Com Nico enxergando o jogo de frente, Gerson alternando pela ponta e meio, Lorran pode ser o toque de refino necessário para quebrar a defesa, para sair fora da caixa.

Caixa essa que não coube entre as pernas do nosso antigo zagueiro. Um passe de gênio para uma ajeitada de gênio, Pedro foi Pedro e fez o gol que só ele faz no Brasil.

Destaque também para Ayrton Lucas, Allan e Varela que fechavam o batalhão destruidor de contra ataques, fazendo nosso time ocupar mais o campo de ataque e assim nossos atacantes não precisavam gastar energia correndo para trás tantas vezes.

Não foi um jogo perfeito, nunca e nunca será. Nossa bola parada defensiva ainda precisa de ajustes e só por isso, talvez Rossi tenha feito seu melhor jogo pelo Flamengo. Ainda assim, é necessário contextualizar. Nossa fase ruim ainda não foi superada, precisamos de sequencia, de classificações.

Em tempos de tristeza é necessário aproveitar os pequenos sorrisos, é necessário criar esperança para seguir em frente. Dito isso, impossível passar por esses sentimentos e não lembrar da tragédia que nossos compatriotas sulistas estão passando. Ajude como puder, com doações, com voluntarismo ou com orações. Essa crise irá passar e voltaremos mais fortes e mais unidos.

Saudações Rubro-Negras, até o próximo jogo.

sábado, 11 de maio de 2024

Quem não faz...

Outro dia um amigo meu disse "Para o Flamengo fazer gol, tudo precisa dar certo. Para levar o gol, só uma coisa precisa dar errado"
É claro que esse pessimismo se torna mais presente em má fases e nessa fase que estamos, essa frase é quase uma verdade absoluta.
As ultimas semanas tem sido assim, ontem foi assim.

A escalação do Cebolinha pode ter dado um pouco de esperança para alguns, mas ao vê-lo jogando pela direita deixou esses otimistas mais céticos. Nenhum dos nossos pontas se encontrou nesses primeiros minutos de jogo.
É claro que o gramado irregular ajudou a deixar o jogo mais brigado, mais físico, favorecendo o mandante, mas é Libertadores, é o esperado, então o Flamengo precisa encontrar soluções.

A troca de lados dos pontos aos 25 minutos devolveu o otimismo e mais algumas pessoas tiveram mais esperança e Everton parecia que nunca tinha saído do time, a ponta esquerda é dele. Começamos a ter mais a bola, a ocupar mais o campo adversário e a finalizar mais. Nada muito fora da curva, mas era uma melhora, era um começo.

Vira o tempo ainda zero a zero e a segunda metade começa na mesma pegada. O Flamengo ocupa o campo de ataque sem ser dominante. As movimentações não são perfeitas, os passes não saem perfeitos e as finalizações ficam a centímetros do gol. 

Não deu nem tempo de falar o ditado e estávamos levando um gol.
A moral vai lá embaixo, o time começa a desesperar e nem o que estava dando certo volta a funcionar.
Até tinha tempo para recuperar, mas quando a fase é ruim, a chapada vai na trave e sai, a pancada frontal bate em jogador impedido.
Assim o ataque do Flamengo chegou a 18 finalizações, mas o goleiro dos caras fazendo apenas três defesas.

Falta psicológico, falta sorte, falta capricho, falta um detalhe.
Cada semana falta um detalhe diferente.

Sábado tem mais,
SRN




terça-feira, 7 de maio de 2024

Poder de reação

O Flamengo não vinha bem. O time que não sofria gols vem sofrendo, o time que marcava todo jogo vem sentindo a falta de dois dos seus principais jogadores de ataque. Problemas eram detectados e soluções eram necessárias.

Dificuldades essas que foram encontradas no inicio do jogo. Enquanto o Flamengo tentava sentir a temperatura do jogo, o nosso adversário já havia encontrado um ponto de vantagem. Com dois volantes amarelados por erros individuais, nós perdemos o meio-campo e tomamos o gol.

Mas se os comandados do Tite querem dar a volta por cima, é necessário aprender que não existe tempo a perder. Cada segundo que passa que não é testada uma nova solução é um segundo perdido.

Luiz Araújo entra e a formação com dois pontas deixa o Flamengo mais confortável no jogo e assim nossa saída de bola por baixo começa a girar mais fácil com Gerson e Allan. Com mais posse de bola, Nico conseguiu receber a bola mais vezes e em posições mais favoráveis.

Craque entende craque, a bola pingada do uruguaio encontra BH, o nosso jogador que sabe muito bem o que é se recuperar de um momento ruim.

Tudo em um jogo de Futebol está conectado. Do apito inicial ao apito final, do zagueiro ao atacante. Uma substituição rápida permite maior posse de bola, maior posse de bola significa mais oportunidades de se atacar o adversário. Sábado a solução de um antigo problema foi resolvido com uma rápida substituição e com um pouco mais de sorte poderíamos ter saído de Bragança com três pontos contra um duríssimo adversário.

Amanhã teremos uma ótima oportunidade para continuar essa reação, em um outro campeonato, em um outro país.

E até lá,
SRN

quinta-feira, 2 de maio de 2024

90 minutos de jogo treino de entrada na área

Poucas vezes eu vi um clima tão otimista depois de perder um clássico e o motivo disso estava no banco de reservas. Gabriel Barbosa retornava ao time depois de um longo período afastado. Incrível como a arquibancada abraça os remanescentes de 2019, por mais que as atuações não estejam a altura, o carinho permanece, não passa. Como se a lembrança e o afeto fossem capaz de tirar o Flamengo do marasmo que passa a algumas semanas.

Não passou.

O resultado veio, mas a equipe continua demostrando dificuldades de entrar na área adversaria. Não que fosse o jogo mais fácil da temporada para superar essa falha, mas ontem foi a única coisa que os caras se tentaram dificultar. Isso resultou em 90 minutos de um "ataque contra defesa", 90 minutos em que o Léo Pereira e Fabricio Bruno podiam receber a bola na própria área e carregar até o campo de ataque sem combate nenhum.

O Gol mostrou o caminho de como o Flamengo poderia deixar sua torcida feliz, uma tabela rápida, uma ultrapassagem, um passe de sinuca, um cruzamento e presença de área. Tudo deu certo, pelo menos uma única vez, e a torcida pode sentir o êxtase máximo de uma partida de Futebol.

Uma pena que isso não voltou a se repetir. O que se repetiu foi o adversário com onze jogadores atrás da linha da bola e jogadores rubro-negros dando passes pro lado. Durante 90 minutos o Flamengo pode mostrar, testar ou até mesmo treinar o seu repertorio de entrada na área adversaria, durante 90 minutos se viu uma equipe sem ideias e sem jogada. Um Flamengo que não soube manipular o adversário para fazer o segundo gol. 

É claro que Arrasca faz falta, é claro que Cebolinha faz falta. Mas não deveriam, não nesse time do Flamengo, não nesse elenco.

Copa do Brasil é um campeonato de mata-mata, ainda existem 90 minutos por jogar e mais alguns jogos para se atingir o objetivo máximo. O mês de Maio é um mês difícil, sem folgas, com clássicos, com jogos decisivos.

E vamos para mais,
SRN

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*





segunda-feira, 29 de abril de 2024

O golpe mais forte do trabalho

Hoje não tem resenha, não tem malabarismo o suficiente que faça a verdade se esconder. O Flamengo foi superado, no campo, na bola.

Mas noventa minutos não podem ser resumidos de maneira simplistas, houve erros e acertos. O jogo foi jogado, estratégias distintas foram vistas dentro de campo, um time mais físico, um time mais técnico. Um time que mostra estar recuperando do pior momento da temporada, um time que parece estar entrando no seu pior momento.

Flamengo entrou em campo com a força máxima segundo muitas pessoas e mostrou padrões que vem conseguindo implementar em outros jogos. Nossa saída de bola mista entre bolas longas e jogo por baixo mais uma vez conseguiu dar o domínio do campo de ataque, mais uma vez o nosso "perde e pressiona" tem conseguido reciclar a posse e nos manter no campo de ataque e mais uma vez o Flamengo encontra dificuldades de entrar na área adversaria.

Não tem segredo, dominar o campo de ataque obriga o adversário a defender a área, o Flamengo não está enfrentando nenhum time de várzea e o Botafogo se mostrou confortável em aceitar essa tarefa para tentar esticar nos contra-ataques.

Nosso primeiro tempo foi superior, mas não dominante. Aos trancos e barrancos conseguimos algumas finalizações perigosas, mas nenhuma obrigou o goleiro dos caras a fazer uma defesa. No começo do segundo tempo, a primeira finalização do rival vai no gol. Uma finalização de extrema dificuldade vai como uma bola de sinuca, se desviando dos obstáculos para morrer na caçapa. O time que estava confortável fica mais ainda.

Se correr no calor cansa, no Rio de Janeiro meio-dia é desgastante. O time não conseguiu ter perna para correr mais do que precisava e o segundo tempo foi mais uma busca por esperanças individuais do que organização ou qualidade. Dois a zero pros caras...

Flamengo entra no seu pior momento da temporada, um momento que todo time no Brasil passa, desde o rebaixado aos campeões. A diferença está em como sobreviveremos a esse constrangimento, iremos encontrar as soluções dos nossos erros ou abriremos mão dos nossos acertos.

A resposta será dita dentro de campo, eu apenas escuto.
Até a próxima,
SRN

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Altitude é isso ai


Nada de novo sob o sol. A chuva ainda cai, a rua ainda inunda e o Flamengo ainda não aprendeu a jogar na altitude. Talvez nunca aprenda, talvez somos muito mais praia que montanha, mas Libertadores é isso ai, não da pra reclamar que não era o esperado.

Futebol é contexto, só podemos jogar a Liberta esse ano por causa de jogos que foram vencidos ano passado. Só podemos explicar a escalação do jogo de ontem por causa da sequencia que passamos.

Uma escalação bastante mudada e a segunda grande variação tática da temporada. Variação talvez seja até forçado, da para falar que ele tentou fazer um omelete com os ovos que tinha.
Três zagueiros não é novidade no Flamengo, alguns tentaram, poucos conseguiram. Ontem foi a primeira vez que o Tite tenta. Até entendo o porquê, na casa dos caras, altitude, é sobreviver o abafa inicial e depois começar a sair pro jogo. Mas deu errado, justo na primeira bola alçada a nossa área sai o gol.
Empatamos logo depois, mas não foi o suficiente para o Tite entender que estava chamando mais o adversário que se defendendo. Acreditou que ia conseguir sobreviver com três zagueiros, até sobreviveu e por volta dos 30 minutos Ortiz vira volante e o Flamengo não tem mais as costas na parede.

Até pode ter surgido um pouco de esperança, mas o começo do segundo tempo parecia o começo do jogo. O gás acabou e nem a molecada que entrou conseguiu correr mais que 15 minutos.

Jogar mal na altitude é esperado, mas o que mais me incomodou foi a preferencia pela bola longa. Altitude tem dois principais males, a bola corre diferente e o ar para recuperar o folego não vem tanto. Duas coisas que eles estão acostumados e nós não, então porque ficar tentando uma jogada que tem baixo aproveitamento e desgasta mais que o normal? Gostaria de fazer essa pergunta ao Tite.

Dia 30 de Março começávamos a primeira curva da temporada, o primeiro Sprint. Sete jogos que ditariam o ritmo da temporada, se seria céu ou inferno, ou mais do mesmo que a gente já viu. Todos os sorrisos, sustos e tropeços nós acompanhamos por aqui.

Futebol é contexto. Só podemos explicar a escalação do jogo de ontem por causa da sequencia que passamos e que vamos passar.

Há quem prefira jogar futebol a 3600 metros de altitude, há quem prefira jogar futebol no Rio de Janeiro num sol de meio-dia. 

Domingo tem mais, até lá.
SRN

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Na primeira final, empate na casa dos caras.


Campeonato de pontos corridos no Brasil possui 38 rodadas, todas eles valem três pontos. Na pratica não existe final, mas no campo, existem três pontos mais valiosos que outros três pontos.
O jogo de hoje colocou em disputa dois dos times mais vencedores dos últimos anos, 3 pontos fáceis são raridade e quando duas equipes entram em campo apenas para competir, o empate parece ate um aperto de mão.

Flamengo entrou em campo sem De La Cruz e Pedro, dois jogadores que tem sido sinônimos de sucesso ofensivo nesse começo de temporada. Sem eles, a bola chega menos no ataque e a qualidade das finalizações cai. Inclusive, jogo bastante aceitável do Carlinhos, brigou, ganhou bolas, correu, se continuar assim o gol vira logo e ele conseguirá ser um jogador bastante útil nessa longa temporada.

Isso foi visto no primeiro tempo, com menos qualidade no meio, Flamengo abusou das bolas longas, igual o nosso adversário, mas a superioridade do Léo Pereira sobre o Flaco e BH e Carlinhos sobre a defesa dos caras permitiu mais posse de bola ao Flamengo.

E com a posse de bola, veio o principal fator de jogo, as faltas táticas. Ambas as equipes se utilizaram desse artificio, mas como o Flamengo teve mais a bola, sofreu mais faltas. 

Não gosto de falar sobre certo e errado no futebol, nem tanto de critérios de arbitragem, mas me parece cada vez mais comum o conforto que os técnicos tem em permitir um jogo cada vez mais paralisado, cada vez mais brigado e cada vez menos talentoso.

No segundo tempo, com a entrada de Nico e Pedro, o Flamengo, obviamente, melhorou, mas continua demostrando certa dificuldade em entrar na área de forma limpa, em tomar a decisão correta ali no ultimo terço do campo.
Ontem o baixo volume não permitiu tantas oportunidades para a qualidade.

Ainda assim o Flamengo sai mais feliz do que triste com o final do confronto. Foi superior a um dos dos seus principais adversários do campeonato e se tivesse um pouco mais de sorte ou boa vontade, tinha saído com os três pontos.

Até a proxima,
SRN

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*

domingo, 21 de abril de 2024

Um jogo para otimistas e pessimistas


A própria escalação já deu debate, poupa ou não poupa?
Poupa, mas com 13 minutos troca tudo.
O titular da esquerda sai para entrar o titular da direita e o reserva da direita vai pra esquerda.
Deu nó aí? Porque no Flamengo desatou.
A parte caótica que existe no futebol nos sorri novamente.
Quem sorriu também foi o bebê do Luiz Araújo, o ponta acertou o chute que estava ensaiando desde o ano passado.
Foi o suficiente para o otimista sorrir, o pessimista não.
Apesar de termos finalizado mais, nenhuma exigiu uma defesa do goleiro dos caras.

Defesa que até aconteceu no segundo tempo, mas nosso baixola não perdoou. De La Cruz desencantou.
Mais domínio do campo ofensivo, mas bolas trabalhadas e mais chutes. 

O pessimista pensou em sorrir, mas saiu o gol dos caras.
Quem entrou ainda estava sentindo o jogo e agora precisavam evitar o empate.
A missão foi cumprida sem exigir nenhuma defesa a mais de Rossi.

Ainda assim vai ter torcedor sorrindo,
Ainda assim vai ter jogador reclamando.

E assim, vamos para mais,
SRN

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Mais sorte que juízo

Juízo não, faltou competência mesmo. Há quem diga que faltou inteligência para ler o jogo, mas hoje da pra afirmar que o jogo trouxe diversos pontos que o Flamenguista já está acostumado.

É loucura o elenco mais valioso da América do Sul permanecer tão desequilibrado. Esse ano tem Copa América e possuímos muitos jogadores selecionáveis. Acreditei que a falta de reservas nas laterais iria estourar só no campeonato de seleções. Ontem jogamos sem nenhum Lateral Direito. Inadmissível.
"Dali para Zico era pênalti!" e pro De La Cruz foi. Gol é detalhe para as boas atuações que o baixinho tem concretizado. Sorte nossa dele vestir rubro-negro.
Agora aos pontos que não gostaríamos de nos acostumar.
Porque temos tanta dificuldade em se manter a frente do placar quando estamos com um jogador a mais? Novamente nos encontrávamos em uma situação favorável e mais uma vez cedemos o empate. Mais um jogo em que nosso adversário só pode se fechar e evitar o pior e consegue o empate. Tite tem um problemaço para resolver, porque nem especular eu consigo.
O ultimo ponto é o mais baixo e um dos mais recorrentes.
Maltratar o gramado para para obter vantagem deveria ser crime contra o esporte.
Um time técnico como o do Flamengo jogar nesse gramado não obtém vantagem nenhuma. É pegar toda uma restruturação financeira que permitiu contratar os melhores jogadores e ver o jogo ser decidido no chutão e cotovelada.
Dos últimos cinco jogos, ontem foi o segundo que mais erramos passes. O primeiro foi contra o Millionarios.
Tite, por favor, de teus pulos porque eu quero ser campeão.
Até a próxima,
SRN



*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Três pontos são três pontos

Com um pouco mais de dificuldade que esperado, Pedro e Léo Ortiz somaram gols e ajudaram o Flamengo a buscar a primeira vitória nessa Libertadores.


A diferença entre os 45 minutos beira o cômico, parece até duas equipes diferente, então qual foi a diferença?

A primeira se chama Cebolinha, primeiro tempo sendo muito acionado e muito efetivo. Talvez o toque de mestre ou o pênalti claro que não poderia ser marcado fizeram o lance do Cebolinha passar despercebido.
Ciscou e não driblou ninguém, e ainda assim atraiu 3 jogadores para dar um latifúndio para o Ayrton Lucas seguir a jogada.
Mas ser acionado cobra, correr cansa. Não atoa Cebolinha pediu para sair no segundo tempo.

Poderia ter variado mais o lado para chegar mais inteiro no final do jogo, poderia forçar mais a esquerda para buscar o segundo gol?
Visões e opiniões...

O segundo se chama Pedro, mais um que sentiu a sequencia de jogos. Hoje de manha já circula uma noticia sobre ele ter jogado gripado. Ontem na coletiva, Tite falou que ele foi outro a sentir caibras.
Pedro é centroavante de área e no geral, fez uma boa partida ontem. Mas o Flamengo exige perfeição que ele já mostrou em outros jogos esse ano.
Fazia tempos que eu não via ele subir a marcação sem proteger as costas como no segundo tempo de ontem. A partir daí é efeito dominó, o primeiro atacante é o zagueiro e o primeiro defensor é o atacante.

O terceiro é quase uma somatória.
A duas semanas atrás, falei sobre jogar quatro decisões em 12 dias. Uma final de 180 minutos, um jogo longe e na altitude e o primeiro jogo da Liberta no Maraca.
Falei que ia ser exigente e vi o time sendo pragmático, se poupando em alguns momentos nos jogos.
Ontem, no segundo tempo, também vi um pouco disso. Diminuiu um pouco a intensidade e só conseguiu pegar no tranco novamente depois das substituições.

Ainda assim, chegamos no final da primeira curva da temporada com o saldo positivo.
Poderia ser mais fácil? Sim. Mas, passo a passo, os objetivos estão sendo conquistados.
Uma mais três são quatro, até os doze são oito.

E vamos para mais,
SRN



📸: MAURO PIMENTEL / AFP / CP

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Um sarrafo de 2600 metros de altura!


Empate na altitude nunca é mal resultado, então porque parece que foi?
Por que o Flamengo não conseguiu segurar o resultado ou matar o jogo com um jogador a mais?

Podem existir diversas respostas para essas perguntas, algumas certas, algumas erradas e eu não sei te responder qual é qual. O único certo que sei, é que vence quem faz mais gol.

Mas existem pontos que ajudam a entender o jogo.

Altitude foi o primeiro ponto notado, desde o sorteio se entendeu que existiam dois jogos difíceis no nosso grupo.
O segundo é a escalação, sem especificar caso a caso, Tite falou que teve nove problemas físicos para o jogo de ontem. A falta de criatividade passa pela falta do De La Cruz, nada pode substituir o talento. Igor Jesus é bola, mas sentiu o jogo ontem.
O terceiro deu seu primeiro alô aos quatro minutos de jogo. Viña, que é outro jogador espetacular, perdeu um gol que não pode perder, como se fosse uma previsão do jogo instável que iria fazer.

Jogo ruim de jogadores que fazem a primeira construção, sem eles, é mais difícil colocar o nosso ataque para jogo.

O quarto ponto talvez seja o mais decisivo e o mais pessoal, mas notei uma certa incompatibilidade entre a postura exigida e as decisões tomadas com bola. 
Ao mesmo tempo que se pedia calma, se arriscava passes de 30 metros.

Da expulsão até o gol dos caras, se o Flamengo quisesse ser pragmático tinha até levado os três pontos para casa. Aos 29, 31 e 33 minutos nossa equipe consegue construir por baixo e não consegue entrar no ultimo terço. As três vezes o "perde e pressiona" funciona e David Luiz ganha o duelo e recicla a posse de bola. 
Da pra falar que a gente estava a um passe de fazer o segundo, da pra falar que a gente tava tocando a bola em uma zona muito perigosa.

Eu aprendi que certo é fazer gol, errado é levar. Todo o resto é interpretativo e pessoal.
Cada um tem a sua resposta, cada um tem suas perguntas. 
Em comum fica o gosto de sangue na boca sabendo que deixamos dois pontos na montanha.

E até a próxima,
SRN

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Pelo Título e pela Temporada.

Depois de uma longa data-FIFA, o Flamengo volta de onde parou e coloca uma mão na taça. Agora, perder esse Carioca será um vexame maior que qualquer um da ultima temporada.

E seguindo a rotina, os comandados do Tite foram seguros, compromissados e inteligentes. Garantir um bom resultado no primeiro jogo era muito importante e uma chance de ouro diante das dificuldades que as próximas semanas apresentarão.

Nesta Terça-feira atravessaremos o pais e o continente, aproximadamente 4500 km de distancia e 2600 metros de altitude para estrear na nossa maior obsessão. O primeiro encontro contra nosso maior adversário na fase de grupos, a altitude.

Até o jogo contra o Palestino são 12 dias, um jogo a cada 3 dias, uma decisão a cada 3 dias. 
Colocar time reserva em Libertadores, pra mim, é impensável. Colocar time reserva em final de campeonato, pra mim, é impensável. Jogar quatro decisões em 12 dias, todas com time titular, pra mim, é impraticável.

Meia final já foi e pelo jeito que foi, a outra metade já está encaminhada. Uma equipe que não toma gol de ninguém, não vai tomar três gols do dia pra noite. A segurança e comprometimento apresentados hoje, deram o direito ao Flamengo ser pragmático dia 7 de Abril.

Pragmatismo que já foi até demostrado depois das substituições. Com três de frente e em marcha lenta, além de não sofremos riscos, continuamos pisando na área adversaria. O Flamengo entendeu como o Nova Iguaçu marcava e se utilizou disso para controlar o jogo, dava pra ter feito mais.

Do mesmo jeito que reservas entram no decorrer do jogo para dar folego, reservas entram durante a temporada para dar folego. Pulgar ainda retorna de lesão, De La Cruz tem uma minutagem acima da média. Tê-los com folego na Libertadores pode fazer a diferença.

Mas isso a gente só vai ter certeza na terça-feira, no jogo mais importante do ano, até agora.
E até lá,
SRN

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*

segunda-feira, 11 de março de 2024

Aonde o volume encontra a qualidade



Primeiro contextualizando uma particularidade muito interessante dos campeonatos estaduais.
Uma sequencia de clássicos em um curto espaço de tempo. Isso deixa toda a ideia do jogo muito fresca na cabeça dos jogadores.
As brechas de marcação, os duelos individuais, os sentimentos carregados do ultimo resultado.

Nesse sentido, o Flamengo manteve estratégias bem semelhantes ao jogo de Fevereiro.
Adotar uma saída de bola e uma subida de pressão cautelosa, mas com a bola no pé, era uma foguete.
Nos 15 primeiros minutos nossa pressão sobressaiu muito bem e recuperando a bola em boas posições, a equipe tinha uma clara ideia de deixar a linha defensiva do Fluminense o mais desconfortável possível.
Muito passes verticais, muita bola longa nas costas da defesa. Era quase uma imposição emocional "Nós vamos gerar volume!"

Eventualmente o Fluminense encontrou saídas para nossa marcação pressão. O sistema do Diniz é muito orgânico aos seus jogadores, que possuem a inteligência e a técnica necessária para se arriscar.

Um pouco antes da parada técnica o Flamengo começou a cadenciar mais o jogo, duas semanas atrás, foi só no segundo tempo.
Se lá tivemos 34% da posse, agora tivemos 51%. Se lá chutamos 14 vezes, agora chutamos 23 vezes.
O time do Tite aprende enquanto joga e ainda assim, joga melhor que o adversário.

Poderia falar das jogadas ensaiadas, das bolas paradas, deixo apenas uma pílula para os curiosos.
Pedro aos 30 minutos, Cebolinha nos acréscimos. Não é acaso, é trabalho.

Mas ainda tem 90 minutos e até lá.
SRN

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*
📸: Uol

domingo, 3 de março de 2024

Protocolar, Flamengo vence Madureira e realiza feito que não acontecia a 490 dias



Sim, após o ano que eu mais vi o Flamengo disputar títulos, foi no primeiro de 2024 que a taça foi levantada.
É muito menos que estávamos acostumados, sim, mas é preciso começar de algum lugar.

Não existe nenhuma garantia sobre o futuro.

Já vi Flamengo ganhar Guanabara e depois ganhar tudo.
Já vi ganhar Guanabara e depois perder tudo.
Já vi Flamengo perder Guanabara e depois ganhar tudo.
Já vi perder Guanabara e depois perder tudo.

Cada jogo é jogado de uma só vez. E vamos ao jogo de hoje.
Davi Luiz, Viña e BH transformaram o nosso lado esquerdo por completo. Dentro das características únicas que todo atleta possui, toda mudança é sentida. 
Um DNA campeão exige que o time não perca desempenho com essas mudanças.
Se Cebolinha participa de um gol todo jogo, que Bruno Henrique também participe. Se Ayrton Lucas e Léo Pereira não tomam gols, que Vinã e David Luiz mantenham a sequencia.

É isso que a insaciável torcida rubro-negra exige.

Torcida essa que, diante do titulo menos importante do ano, bateu o recorde de publico no futebol brasileiro.
Porque para a gente, todo passe é importante, todo carrinho é importante, todo gol é um titulo. É o nosso DNA.
Na tarde desse sábado, o Flamengo jogou o jogo mais importante do ano. Domingo que vem, tem um jogo mais importante.

Até lá, Campeões da Taça Guanabara.
SRN

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Na dividida ganha quem tem união!

Com belas atuações de Pedro e Arrascaeta, com e sem bola, Flamengo tem atuação segura no Maracanã. 

Apostando na marcação alta, os liderados de Tite conseguiram jogar sem perigo de sofrer gol por grande parte do jogo.
Inclusive, time titular ainda não sofreu gol nesse Carioca, a sequencia oficial é de oito jogos sem ser vazado. Desde que o time titular assumiu, contra o Sampaio Corrêa, são seis vitórias e um empate.
A vitória de hoje começou a ser construída bem longe do nosso gol.

Em um encontro de dois times que gostam de ficar com a bola, o Flamengo optou pela cautela e fez mais uso da bola longa.
A equipe jogou de forma bem estreita, bem fechada. Quando a bola ia no Guga, Luiz Araújo ia para a faixa central do campo e a mesma coisa acontecia do outro lado, com Cebolinha.
Assim, subia a pressão com Arrascaeta ao lado de Pedro e com De la Cruz se posicionando entre os dois pontas.

Apesar do começo melhor da equipe das Laranjeiras, duas mudanças nessa estratégia colocaram mais o Flamengo no jogo.
Um pouquinho antes da parada técnica obrigatória o Fluminense começa a usar mais a bola longa, enquanto o Flamengo começa a se arriscar mais por baixo no começo do segundo tempo.

Aos 6 minutos uma tentativa se concretiza, depois do Fabricio Bruno acionar Varela duas vezes para tentar essa progressão por baixo. Na terceira tentativa, ele pinga no Ayrton Lucas que acha o Mago no meio de três.
A bola gira para direita e rapidamente gira para esquerda de novo e encontra Cebolinha e Ayrton Lucas contra Alexsander improvisado de lateral.
Dividida ganha e o papai Pedro só escora para homenagear os seus gêmeos.

Na frente do placar, Arrascaeta recua junto com o time e a equipe pareceu procurar mais os contra-ataques.
Flamengo deu mais o campo pro rival, mas em momento algum deixou a própria área desguardada.

Sobre o segundo gol? Prefiro poupar o seu tempo para que você possa rever os 10 segundos mais bonitos da temporada, até aqui.

2a0 sólido do Mengão, 2a0 de uma equipe que parece ter encontrado seu melhor ritmo, mas ainda existem desafios maiores por vir.
E até lá, SNR

*Texto para a pagina Todo dia uma bola na trave do Andreas*