domingo, 11 de dezembro de 2022

24 anos sem Copa, uma retrospectiva.

Com a derrota nos pênaltis para a Croácia, a Seleção vai igualar a maior seca de sua historia, desde que colocou a primeira estrela no peito. A marca de 24 anos sem tocar o panteão vai ser alcançada em 2026, talvez o segundo ciclo com mais pressão da historia da Amarelinha.

Mas antes de entrar no debate sobre o novo ciclo, gostaria de fazer uma recapitulação sobre o período que foi iniciado em 2002. Gostaria de reforçar também que esse fio tem uma visão extremamente pessoal, sem revisionismo, falarei apenas o que meu coração lembrar.

Começando pelo Penta, com 9 anos de idade, não me recordo do ciclo, aquela Copa é minha primeira lembrança futebolística da Amarelinha. Ronaldo e Rivaldo me ensinaram a magia que era torcer junto com o Brasil inteiro.

Lembro de ter apelidado Ronaldo de fantasma, simplesmente porque ninguém conseguia parar ele. Rivaldo decisivo, o camisa 10 que a Seleção merecia e que eu sempre escutava dos mais velhos. Mas a titulo de curiosidade, não, não fiz o corte cascão.


Em 2006 a primeira decepção. Já com idade para entender a classe de Zidane e que é loucura demais colocar Roberto Carlos para marcar o Henry. O "ajeitando a meia" virou um símbolo para a falta de compromisso que rondou os bastidores da Seleção.

Com vários atletas figurando a primeira prateleira do futebol mundial, 2006 possuiu a melhor convocação que eu já vi um técnico fazer. Ainda assim, os treinos com mais dez mil pessoas, invasões e oba-oba mostraram que a CBF não estava tão interessada em resultado esportivo.


Mas se Joga Bonito não ganha jogo, jogar feio deve ganhar, né!? Para ser o técnico de 2006 até 2010, Dunga foi escolhido. Com um futebol pragmático e competitivo ele estava ganhando tudo que dava pra ganhar e ainda assim não convenceu quase ninguém.

As constantes porradas na imprensa só mostravam que o time tinha a cara de seu líder, até nosso Bola de Ouro foi expulso. Contra a Holanda que mais bateu na historia, perdemos na bola e na porrada. A bomba que todos avisavam estourou e até pra jogar reativo, tem que ser bonito.

Para a Copa no Brasil, em 2014, Mano Menezes foi escolhido, mas não durou. Felipão paizão retornou para aquele que seria o primeiro ciclo interrompido dessa sequencia. Ganhando a Copa das Confederações da temida Espanha, essa Copa tinha que ser nossa.

Com o menino prodígio carregando a responsabilidade de ser o principal jogador em sua primeira Copa, a queda foi equivalente a esperança. A maior vergonha da historia da Amarelinha acontecia sem nossos dois principais jogadores em campo. Talvez nem faria diferença...


Para a missão de recuperar a fé no futebol brasileiro, o escolhido foi Dunga e o que parecia ser uma piada, aconteceu dentro de campo também. A inevitável queda veio e Tite foi escolhido para recuperar os remos do que parecia ser um barco a deriva.

Recuperando o mínimo de autoestima possível para a situação, 2018 contou com muitos jogadores de confiança do treinador e um craque que chegava lesionado. Apesar da eliminação contra a favorita Geração Belga, ficou a sensação de que podia mais.

Com a oportunidade de fazer um ciclo completo, Tite permanece até a Copa de 2022. Por mais contestado que o trabalho fosse, era quase que unanime que ele era o melhor nome brasileiro para a função. Quase como uma "ultima tentativa" antes de abrir de vez a possibilidade.

Com quatro anos de um time seguro e competitivo, a Seleção foi ganhando corpo ofensivamente justo na reta final do ciclo e deu esperança até aos mais céticos. A Geração dos Pivetes acabou pagando pela inexperiência na hora de concluir e mais uma vez o destino foi as lagrimas.

A historia ainda vai escrever como será o ciclo para 2026. Um ciclo que se for campeão, vai ser um dos títulos mais históricos que essa Amarelinha já teve.

Se você chegou até aqui, manda pros amigos ou comenta que é nós🙃